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terça-feira, 15 de maio de 2012

REALISMO

Realismo
Caravaggio - Madalena Arrependida Courbet - Medusa Courbet - Mulher Martineau - Com Movimento Millet - Os Grãos

REALISMO
Entre 1850 e 1900 surge nas artes européias, sobretudo na pintura francesa, uma nova tendência estética chamada Realismo, que se desenvolveu ao lado da crescente industrialização das sociedades, O homem europeu, que tinha aprendido a utilizar o conhecimento científico e a técnica para interpretar e dominar a natureza, convenceu-se de que precisava ser realista, inclusive em suas criações artísticas, deixando de lado as visões subjetivas e emotivas da realidade.
Esses novos ideais estéticos manifestaram-se em todas as artes:
Pintura: caracteriza-se sobretudo pelo princípio de que o artista deve representar a realidade com a mesma objetividade com que um cientista estuda um fenômeno da natureza. Ao artista não cabe “melhorar” artisticamente a natureza, pois a beleza está na realidade tal qual ela é. Sua função é apenas revelar os aspectos mais característicos e expressivos da realidade.
Em vista disso, a pintura realista deixou completamente de lado os temas mitológicos, bíblicos, históricos e literários, pois o que importa é a criação a partir de uma realidade imediata e não imaginada.
A volta do artista para a representação do real teve uma conseqüência: sua politização. Isso porque, se a industrialização trouxe um grande desenvolvimento tecnológico, ela provocou também
foto 23 
foto 24
o surgimento de uma grande massa de trabalhadores, vivendo nas cidades em condições precárias e trabalhando em situações desumanas. Surge então a chamada “pintura social”, denunciando as injustiças e as imensas desigualdades entre a miséria dos trabalhadores e a opulência da burguesia.
Dentre os representantes da pintura realista podemos apontar Gustave Courbet(1819-1877) "Moças peneirando trigo"(foto23) e Édouard  Manet(1832-1883) "Olympia"(foto 24), que desenvolveram tendências diversas.
Escultura: não se preocupou com a idealização da realidade, ao contrário, procurou recriar os seres tais como eles são. Além disso, os escultores preferiram os temas contemporâneos, assumindo muitas vezes uma intenção política em suas obras.
Foto 25
Dentre os escultores do período realista, o que mais se destaca é Auguste Rodin (1840-1917), cuja produção desperta severas polêmicas. Já seu primeiro trabalho importante, A Idade do Bronze (1877), causou uma grande discussão motivada pelo seu intenso realismo. Alguns críticos chegaram a acusar o artista de tê-lo feito a partir de moldes tirados do próprio modelo vivo. Mas é com São João Pregando (1879), que Rodin revela sua característica fundamental: a fixação do momento significativo de um gesto humano. Essa mesma tentativa de surpreender o homem em suas ações aparece em O Pensador  (foto 25)seguramente sua obra mais conhecida.
Foto 26
Quanto aos retratos, nem sempre Rodin foi fiel à preocupação naturalista de reproduzir os traços fisionômicos do seu modelo. A escultura que fez de Balzac (foto 26), por exemplo, chegou a ser recusada pe la Sociedade dos Homens de Letras de Paris que a encomendara, pois não havia semelhança física entre a obra e o retratado. O que o escultor fez foi privilegiar, à suamaneira, o caráter vigoroso que a personalidade do escritor lhe sugeria, o que o envolveu numa grande polêmica.
Na verdade, até mesmo a classificação da obra de Rodin como realista é controvertida. Alguns críticos a consideram romântica por causa da forte emoção que traduz. Mas outros enfatizam no trabalho desse escultor o acentuado e predominante caráter naturalista. Há ainda os que vêem na escultura de Rodin características do Impressionismo, movimento do qual também foi contemporâneo e que revolucionou, na época, a pintura européia.
Arquitetura: ao adaptar-se ao novo contexto social, tende a tornar-se realista ou científica, os arquitetos e engenheiros procuram responder adequadamente às novas necessidades urbanas, criadas pela industrialização. As cidades não exigem mais ricos palácios e templos. Elas precisam de fábricas, estações ferroviárias, armazéns, lojas, bibliotecas, escolas, hospitais e moradias, tanto para os operários quanto para a nova burguesia.

As quatro fases da Pintura
Durante a primeira metade do século XIX, enquanto o Neoclassicismo se debatia com o Romantismo, o Realismo surge como uma nova força, que iria dominar a arte na segunda metade do século. O Realismo fez sempre parte da arte ocidental. Durante a Renascença, os artistas superaram todas as limitações técnicas para representar com fidelidade a natureza. Mas, no Realismo, os artistas modificaram os temas e insistiam na imitação precisa das percepções visuais sem alteração. Os artistas foram buscar no seu mundo cotidiano, moderno, as principais temáticas, deixando de lado deuses, deusas e heróis da antiguidade. Camponeses e a classe trabalhadora urbana passaram a dominar as telas dos realistas.
O pai do movimento realista foi Gustave Courbet ( 1819 - 77 ). Ele insistiu que "a pintura é essencialmente uma arte concreta e tem de ser aplicada às coisas reais e existentes". Quando lhe pediram que pintasse anjos, respondeu: "Nunca vi anjos. Se me mostrarem um, eu pinto ". ( Veja Auto - retrato )
Nunca antes tinha sido realizado em tamanho épico - reservado somente para obras históricas grandiosas - uma pintura sobre gente comum ( "Enterro em Ornams ). Defendia em altos brados a classe trabalhadora e foi preso por seis meses por danificar um monumento napoleônico. Detestava a teatralidade da arte acadêmica. ( veja " Mulheres peneirando trigo ")
Jean- François Milllet ( 1814 - 75 ) está sempre associado a retratos de trabalhadores rurais arando, semeando e colhendo. Nascido de uma família camponesa, disse uma vez que desejava "fazer com que o trivial servisse para exprimir o sublime". Antes dele, os camponeses eram invariavelmente retratados como estúpidos. Millet lhes deu uma dignidade resoluta. ( Veja "Angelus " )
CARACTERÍSTICAS:
1. O artista utiliza todo o conhecimento sobre perspectiva para criar a ilusão de espaço, como também a perspectiva aérea, dando uma nova visão da paisagem ou da cena (vista superior aérea).
2. Os volumes são muito bem representados, devido à gradação de cor, de luz e sombra.
3. Há preocupação de representar a textura, a aparência real do objeto (a textura da pele, dos tecidos, da parede, etc.)
4. O desenho e a técnica para representar o corpo humano são perfeitas.
5. Voltados para o desejo de representar a realidade tal e qual ela se apresenta e voltados para temáticas de ordem social e política, os realistas pintam em geral trabalhadores, cenas do cotidiano e da modernidade.
INOVAÇÕES DE DAUMIER ( 1808 - 1879 )

Em Honoré Daumier vamos buscar as inovações relativas à cor e à luz. Já despreocupado em representar exatamente a realidade do objeto, Daumier se preocupa em trazer à pintura uma atmosfera irreal. Há sempre um espaço aéreo luminoso, mas é como uma foto desfocada, sem contornos nítidos. A isto, chamaremos de perspectiva aérea; quanto mais distante do observador, os detalhes dos objetos perdem a nitidez. ( veja "A boa garrafa ")
A atmosfera criada pela luz retira a sensação de volume dos corpos. As pinceladas são bem visíveis e Daumier renuncia à ilusão da matéria, isto é, das pessoas A textura do tecido não existe mais. Existe apenas a textura da própria pincelada. A cor deixa de ser a cor real. Ele se utiliza de claro-escuro. Há falta de sensação de espaço, de volume, matéria e cor, mas principalmente falta o desenho. Precisamos aprender a compreender o que o pintor quer demonstrar quando deforma. (Veja "Dom Quixote e Sancho Pança " )

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