Identificar os parâmetros para avaliar o estilo e a qualidade de uma obra artística
Introdução
Seus alunos também acham que arte abstrata é aquele tipo de pintura sem sentido que qualquer criança faz? Diga-lhes que uma criança de apenas 4 anos está agitando o milionário mercado de artes americano. A pequena Marla, informa VEJA, tem um talento que não se observa em crianças da sua idade: ao misturar as cores numa tela em branco, ela sabe o momento exato de parar. Um dos quadros criados durante essas brincadeiras já rendeu 12 000 dólares à família da garotinha. Use o texto para mostrar à moçada que existem parâmetros muito claros sobre a pertinência e juízo de valor acerca da pintura abstrata. No Brasil, por sinal, artistas como Tomie Ohtake e Manabu Mabe fizeram desse gênero suas marcas registradas. Apresente outros ícones mundiais do movimento e ajude os estudantes, por meio de um exercício, a diferenciar uma obra que capta uma abstração do mundo daquela que existe como uma concreção da realidade.
Preparação da aula
Peça que os alunos tragam de casa potes plásticos, vasilhames de vidro, frutas, bibelôs etc. Providencie folhas de papel, pincéis e tinta guache de diferentes cores, pratos ou godês para misturar as tintas e panos para limpeza.
Atividades
Convide a turma a fazer arte. A atividade se divide em três partes:
1ª etapa Organize sobre uma mesa o material trazido pelos alunos e arranje as carteiras da sala em círculo. Cuide para que ninguém fique muito longe das peças. Ensine os jovens a organizar o equipamento de pintura e, numa folha de papel, sugira que retratem de modo bastante livre o que vêem em cima da mesa. Instrua-os a simplificar as formas: as laranjas podem virar círculos; as garrafas tornam-se retângulos ou triângulos. Tudo isso sem a preocupação com a precisão geométrica nem a utilização de réguas e esquadros. Da mesma maneira, as cores não precisam ser idênticas às da realidade e as indicações de luz, sombra ou brilho podem ser apenas lembrados por manchas mais claras ou escuras. Lembre-os também de pintar o fundo (espaço entre os objetos).
2ª etapa Retire o material de cima da mesa e lance uma proposta de desenho livre a partir de um assunto genérico. Você pode mencionar o amor, a violência, a paz, a alegria ou a saudade. Sugira que os estudantes produzam uma pintura sem se valer de imagens reconhecíveis apenas formas, manchas e cores de acordo com os sentimentos que o tema inspira em cada um.
3ª etapa Estimule a execução de um terceiro trabalho com tintas. Desta vez, porém, oriente a turma a não tentar representar coisa alguma nem objetos, nem pessoas, nem sentimentos. A escolha de formas, pinceladas, cores e tons deve obedecer apenas à sensibilidade de cada adolescente e do uso que o mesmo faz do espaço na folha de papel. O resultado da tentativa deve visar equilíbrio, tensões e dinâmicas diferentes na pintura.
Elabore e exponha um mural com os trabalhos produzidos e reúna as pinturas segundo as etapas já descritas. Pergunte em que diverge cada tipo de proposta. A confecção de que trabalho divertiu mais a moçada? Ou todos foram interessantes? Leia o texto do quadro abaixo e esclareça as principais diferenças entre a primeira etapa (a abstração de uma imagem), a segunda (a abstração de um sentimento) e a terceira (uma concreção que se refere em si mesma). Demonstre como cada tipo de pintura é uma maneira de expressão da arte e que nenhuma delas é melhor ou pior do que a outra elas são apenas propostas diferentes que dependem da intenção do autor.
Oriente a leitura da reportagem e debata a arte da pequena Marla. Pergunte se o fato de a menina pintar de modo mais ou menos abstrato está relacionado à qualidade pictórica equilíbrios e contrastes de cores, formas e pinceladas de seus trabalhos, ou se podem existir abstrações belas e feias . Tente convencer os adolescentes de que o valor de uma pintura não tem a ver com o seu grau de abstração, mas com a adequada realização de uma intenção artística. Depois, conte que vários autores os que assinam as obras reproduzidas neste roteiro de aula, por exemplo quiseram experimentar a pintura desse modo virgem, dando pinceladas como se não soubessem o que faziam, como o primeiro pintor , ou ainda uma criança . Isso porque os pequenos, em sua pureza e ingenuidade, são naturalmente atentos à relação estreita com os fenômenos do mundo. Assim, um artista como Jackson Pollock se debate com sua pintura, tentando lutar contra aquilo que sabe, para produzir algo absolutamente novo . E Marla consegue fazer isso naturalmente
Abstração e concreção
Não há, na realidade, oposição entre figuração e abstração nas artes plásticas. O processo de abstração (sintetização das formas) existe em qualquer modo de representação, mesmo nas pinturas chamadas naturalistas. O que pode ser diferenciado é o grau de abstração de uma imagem, que varia de acordo com o reconhecimento possível da forma original percebida pelo olho. Quando a referência não é mais visível, chega-se a uma abstração pura , ou seja, uma forma autônoma em relação à realidade. A primeira abstração de que se tem notícia é atribuída ao russo Vassili Kandinsky (autor de Moscou I, abaixo), um dos grandes do gênero no século XX, ao lado de Pietr Mondrian e Kazimir Malevitch. Em 1930, Theo Van Doesburg usou pela primeira vez a expressão arte concreta para denominar as manifestações que se desvincularam totalmente da representação da natureza e dos sentimentos isto é, como se fosse um puro fato plástico ou visual.
Levar obras de arte para a sala de aula é uma ótima
sugestão de trabalho, pois além da ótima aparência do material estes
trazem grande motivação para os alunos, por serem um material
diferenciado.
As pinturas retratam imagens, lugares, pessoas,
situações, pois até determinada época os pintores retratavam a realidade
em que viviam.
Outra forma de pintura que nos trouxe grande
admiração foram as pinturas abstratas, que não retratam uma imagem, mas
que abre espaço para a imaginação e criatividade de cada observador.
Os pintores impressionistas levaram para as telas a
grande admiração que tinham pela natureza, além das figuras humanas, que
os inspirava para desenvolver grandes obras. Claude Monet foi um desses
grandes pintores e suas pinturas ficaram muito marcadas para a
humanidade, em razão do fato do pintor ir perdendo a visão ao longo dos
anos, chegando a retratar as mesmas coisas, porém de forma diferente,
devido à cegueira.
Retratando elementos da natureza
Das telas de pintura pode-se trabalhar desde o
contexto histórico das mesmas, explorando cada detalhe como as roupas,
as diferentes fisionomias, os lugares, as estações do ano, a hora em que
foi retratada a imagem e ainda levar os alunos a fazer uma referência
em relação à atualidade.
As esculturas podem mostrar outra forma de arte para os alunos, porém com menos detalhes do que as pinturas.
Através das obras de arte os professores podem montar
momentos de total aprendizado e profundo prazer, pois os alunos podem
tentar reproduzi-las, fazendo a releitura das mesmas, ou seja, colocando
o seu entendimento, o seu jeitinho de fazer.
As esculturas também podem ser reproduzidas,
desenvolvendo trabalhos com argila, também oportunizando aos alunos
momentos que trabalham não só o aprendizado sistemático, mas que
incentivam a concentração, o relaxamento e a criatividade.
Ao desenvolver um trabalho com essa perspectiva o
aprendizado torna-se prazeroso para todos os envolvidos, além de
facilitar a apreensão dos conceitos para os alunos e facilitar o
trabalho do professor, quebrando o aspecto tradicional da sala de aula,
tornando a relação entre professores e alunos mais aberta para um
discurso saudável e de muita sabedoria.
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